Os dias vão passando entre tarefas, compromissos, obrigações, horários. A prioridade vai para o que é urgente, para o que os outros esperam, para o que precisa de ser feito. E, muitas vezes, o que é importante para si… vai ficando para depois.
Sem perceber, deixa-se de lado. A atenção vai para todos os lados menos para dentro. E aquilo que antes era natural: uma pausa, um gesto de prazer, um cuidado simples…passa a parecer luxo, capricho ou perda de tempo.
Quando foi a última vez que fez algo só porque lhe fazia bem: sem ser para cumprir um dever, agradar alguém ou mostrar resultado?
Fazer algo por si é mais do que autocuidado. É um lembrete de que também importa. Que não precisa de se justificar para existir. Que não tem de merecer descanso, prazer ou leveza. Já tem esse direito só por estar aqui.
Pode ser algo pequeno: beber café devagar, escolher a música que gosta, parar para sentir o vento na cara, escrever algo que não vai mostrar a ninguém. O valor está na intenção. Em não se abandonar no meio do que dá aos outros.
Aos poucos, esses momentos criam raízes. E quando se volta a si, mesmo que por minutos, tudo à volta muda de ritmo. Porque quem se inclui na própria rotina, também começa a escolher melhor o que permite, o que aceita e o que entrega.
